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Intervenção na íntegra:
« Iniciou-se no dia 3 e terminou na passada sexta-feira, a exposição ‘Shame – European Stories’, que retrata histórias partilhadas por vítimas de abuso na infância. Grande parte das fotografias retratam abusos sexuais, os quais, na sua maioria acontecem no seio da família, por parte de pessoas de confiança da criança e também por parte de pessoas ligadas às instituições religiosas, onde as crianças se encontram acolhidas.
Atualmente assistimos a um proliferar dos abusos sexuais online, onde claramente falta uma legislação mais robusta. Sendo que em 2024 vai expirar a diretiva europeia que tenta combater judicialmente os abusos online.
Em 2022, registram-se 964 crimes de abusos sexuais a crianças em Portugal, sendo que se prevê que o número real seja bastante maior, dado existir vergonha e medo por parte das vítimas.
A questão que deixo aqui é: Onde é que estamos quando estes abusos acontecem?
No dia 6 de novembro, as instituições que compõem a Rede Institucional de Adições de Coimbra assinaram o protocolo de cooperação e de trabalho em rede.
Efetivamente nos dias de hoje, assistimos aos mais diversos tipos de adições, que se reinventam e nos fragilizam enquanto sociedade, impondo-nos, desta forma, constantes desafios ao seu combate.
Nesta sessão, foram apresentadas estatísticas e números preocupantes.
Em 2021, em Portugal, 37,2% dos homens e 27% das mulheres (entre os 15 e 74 anos) referiram já ter consumido substâncias psicoativas.
Na região Centro, em 2017, 35,2% dos jovens com 18 anos referiram já ter consumido alguma substância ilícita, e 33,2% referiram já ter consumido canábis – estes valores encontram-se acima da média nacional.
Em 2021, no Relatório Europeu sobre Drogas, Portugal é o 2º país com maior consumo regular de canábis, só ultrapassado por Espanha.
Em 2019, em Portugal, 89,7% dos jovens de 18 anos referiram já ter consumido qualquer bebida alcoólica – 88,8% rapazes e 90,4% raparigas.
Também foi abordada a questão da dependência dos jogos/ jogos online e dependência da internet. Note-se que em 2021, no que diz respeito aos jovens com 15 anos – 13,8% assumiram jogar na internet 4 ou + horas, em dias de escola, e 33,7% jogam na internet, 4 ou + horas por dia, aos fins de semana.
Temos muito trabalho pela frente, sobretudo no que diz respeito à prevenção e sensibilização das adições.
Por último, referir que a exposição itinerante ‘Um olhar sobre a pobreza’ já iniciou o seu périplo pelas escolas do concelho. Esta mostra de fotografias, na qual se pediu a utentes das instituições do grupo de trabalho Pobreza e Exclusão Social, da Rede Social, para fotografarem ‘O que é para mim a pobreza?’, pretende sensibilizar o público escolar para a realidade da pobreza, para a visão dos mais frágeis, para a geografia da solidão e da vulnerabilidade e para a importância de juntos contribuirmos para uma sociedade mais coesa, do ponto de vista social.»