Intervenção inicial do vice-presidente Francisco Veiga | Reunião de Câmara, 30 de outubro

O vice-presidente da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, Francisco Veiga, aproveitou a sua intervenção inicial para apresentar o relatório de execução da megaoperação que envolveu a realização dos quatro concertos protagonizados pelos Coldplay, em maio, no Estádio Cidade de Coimbra. O documento dá conta de um investimento superior a 500 mil euros, assegurado pela promotora Everything is New, no Estádio Cidade de Coimbra. O estudo apresentado permite concluir que os concertos que juntaram 211 mil pessoas em Coimbra geraram um retorno económico de 36 milhões de euros, tal como já tinha sido revelado em junho. A hotelaria e a restauração dispararam a faturação, sendo incalculável o retorno intangível em termos de notoriedade e projeção associada ao evento.

 

Intervenção na íntegra:

 

«Começo por cumprimentar o Senhor Presidente da União da Freguesias de Taveiro, Ameal e Arzila, Jorge Mendes, agradecendo a cedência deste espaço para a realização da reunião. Na sua pessoa, cumprimento todos os fregueses que fazem parte desta União de Freguesias, que se estende por Taveiro, Ameal e Arzila, englobando não só uma ampla área geográfica, mas também uma considerável densidade populacional. Arzila que fica aqui ao lado e que têm, relembro, uma das mais importantes reservas naturais do Baixo Mondego, com várias aves e plantas que fazem deste espaço o seu habitat.    

 

A minha intervenção de hoje tem como propósito apresentar a esta Câmara o relatório de execução da operação Coldplay, que tem sido reiteradamente pedido pelos membros da Oposição (e bem).

 

Nós não temos nada a esconder (nunca tivemos) e só não o fizemos mais cedo apenas porque não tínhamos na nossa posse todos os elementos necessários para concluir o documento com o rigor necessário. Aliás, só na semana passada tivemos acesso ao valor investido pela promotora em obras no Estádio Cidade de Coimbra, para dotar este equipamento municipal de condições indispensáveis para receber o evento, que se encontrava em péssimas condições de conservação. Apresentar um relatório final sem contemplar estes valores não faria sentido, daí o motivo do atraso na apresentação do documento.

 

Com este relatório, pretendemos dar a conhecer, publicamente, as principais conclusões que resultam após o evento, de modo a perceber, dentro do que nos é possível apurar, qual foi, afinal, o real impacto económico desta operação para Coimbra e, numa perspetiva alargada, para o concelho e para a Região.

 

O documento apresenta uma descrição detalhada, fazendo a análise dos dados recolhidos com base na relação custo/benefício, onde se inclui o retorno intangível, que se traduz na visibilidade e na projeção mediática que o evento trouxe para Coimbra. Este retorno, por ser incalculável, foi obviamente impossível de quantificar neste relatório, dado que não tem uma tradução numérica, mas o benefício apurado ultrapassa largamente o investimento que foi feito. Quanto a isso não restam dúvidas. 

 

Antes de passar à apresentação do relatório propriamente dito, não posso deixar de realçar o aproveitamento político que foi feito por parte de alguns quadrantes político-partidários, difundindo, na opinião pública, a ideia de que estaríamos a apoiar um evento comercial, e que os 440 mil euros de compensação financeira eram um valor demasiado alto, que não justificaria o investimento. Confesso que não percebo o motivo de tanto alarido que se levantou em torno dos concertos dos Coldplay, nem tão pouco a razão das vozes dissonantes que se manifestaram publicamente contra, criticando a realização do evento. Eu percebo as questões partidárias, que fazem parte do jogo político, mas há situações em que o interesse municipal deve sobrepor-se a tudo o resto. Há situações que não são discutíveis. Só alguém com uma visão muito redutora da realidade, incapaz de ver o óbvio, poderá dizer o contrário. Quem criticou, e eventualmente irá continuar a fazê-lo, não está seguramente preocupado em avaliar a questão na perspetiva do interesse público municipal. Estará preocupado com outras dimensões, comprometido com outros interesses, de carácter mais particular, mas não seguramente com aquilo que realmente abona a favor da promoção e desenvolvimento da cidade.  Enfim, eu não sou pessoa de entrar em politiquices nem tão pouco me revejo nessa forma de estar. Não o fiz até aqui, e também não será agora que o irei fazer. Tenho as minhas convicções, de que não abdico, e só faço aquilo em que verdadeiramente acredito. E SIM, é verdade. Acreditei no projeto desde o início e empenhei-me a 100% (ou melhor a 200%) para trazer os Coldplay a Coimbra. Não me arrependo de absolutamente nada e, mesmo sabendo de todas as dificuldades e constrangimentos que se apresentaram no caminho, e que se seguiram, faria tudo exatamente da mesma forma.

 

Posto isto, passemos então, sem mais demoras, à apresentação do tão aguardado relatório, que hoje, finalmente, é apresentado a esta Câmara, para que cada um possa avaliar e tirar as suas próprias conclusões.  Eu espero, sinceramente, que a partir de hoje, o capítulo Coldpaly fique definitivamente encerrado e possamos, finalmente, virar a página para abraçar novos desafios para Coimbra.»

 

APRESENTAÇÃO

 

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